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A Questão do "Banho de Sangue" e a Perda de Confiança do Público

"Desinformação nos Média"

Por Miguel Cruz17 mar, 2024 PontoRadar.com

Trump Economic Bloodbath
Imagem from DT
Entre a rapidez da informação e a integridade da verdade, escolher a honestidade não é apenas um ato de valor, mas uma necessidade urgente na era da desinformação.

Num mundo onde a informação circula à velocidade da luz, a integridade e a precisão dos factos nunca foram tão cruciais. Recentemente, as declarações de Donald Trump acerca de um potencial "banho de sangue" económico, referindo-se especificamente à indústria automóvel, foram retiradas do seu contexto, gerando uma onda de desinformação. Este incidente salienta um problema mais amplo e profundamente enraizado nos média tradicionais: a desonestidade intelectual e a fabricação de desinformação.

Elon Musk, comentou sobre o sucedido, apontando a facilidade em identificar "NPCs" (Non-Player Characters, termo utilizado para descrever indivíduos que não pensam por si mesmos) nos dias de hoje, dada a propagação de interpretações distorcidas das palavras de Trump. A expressão "banho de sangue" foi claramente usada num contexto económico, algo que muitos escolheram ignorar, preferindo insinuar um significado mais sinistro.

Este episódio é um exemplo clássico da tendência crescente de retirar afirmações do seu contexto para servir narrativas específicas, um método que mina a credibilidade e a confiança nos média. A falta de honestidade intelectual e a prontidão em fabricar desinformação estão no cerne da perda de confiança do público nas fontes de notícias tradicionais. O impacto disto é palpável: uma erosão gradual da fé no jornalismo como um pilar da democracia e um aumento na procura por fontes alternativas de informação.

A perda de quota de mercado dos média tradicionais é um reflexo direto desta crise de confiança. À medida que mais pessoas se viram para plataformas digitais e redes sociais para as suas notícias, o papel das instituições de notícias estabelecidas está a ser questionado. Este fenómeno não apenas destaca a necessidade de um jornalismo mais responsável e transparente, mas também sublinha a importância de uma abordagem crítica por parte dos consumidores de notícias.

Em Portugal, é cada vez mais claro que alguns jornalistas e comentadores nos média tradicionais, que deveriam ter uma postura responsável, estão a criar histórias que deturpam os factos. Este problema mostra não só uma grande falha na ligação entre a realidade e o que é reportado, mas também expõe diferenças significativas no acesso à informação. Por um lado, quem tem à disposição várias fontes de informação consegue aperceber-se e questionar estas falsidades. Por outro, aqueles com menos opções, especialmente idosos que veem principalmente televisão, ficam mais expostos e sem perceber a manipulação a que estão sujeitos. Isto destaca a importância de os média seguirem princípios mais éticos e transparentes, garantindo que a verdade e a integridade se sobrepõem à distorção e ao exagero.

O caso do "banho de sangue" económico é, portanto, mais do que apenas uma questão de má interpretação. Ele serve como um alerta sobre os perigos da desinformação e da manipulação narrativa. Resta saber se este episódio catalisará uma mudança na forma como as notícias são produzidas e consumidas, ou se será apenas mais um exemplo esquecido da contínua erosão da confiança nos média tradicionais. O que é claro, no entanto, é a necessidade imperativa de integridade, honestidade e responsabilidade na disseminação da informação.