Cotrim: O Capitão que Abandona o Navio ao Primeiro Cheiro de Tempestade
Navega por conveniência , não por princípios.
Cotrim: O Capitão que Abandona o Navio ao Primeiro Cheiro de Tempestade
João Cotrim de Figueiredo tem um padrão de oportunismo político que merece escrutínio sério. Em fevereiro de 2016, abandonou a presidência do Turismo de Portugal, invocando a defesa da independência técnica face ao novo governo do PS. Acontece que, apenas um mês depois, a PJ realizou buscas por suspeitas de corrupção em contratos, visando o seu ex-vogal Luís Matoso. O caso acabou arquivado sem provas, mas a coincidência temporal levanta dúvidas legítimas: terá sido uma saída estratégica para evitar problemas?
Em dezembro de 2022, deixou a liderança da Iniciativa Liberal após ter feito crescer o partido para oito deputados, justificando a decisão com a necessidade de uma estratégia mais combativa. Na prática, o que se seguiu foi uma candidatura a eurodeputado em 2024, onde foi eleito — uma saída conveniente de um projeto que, aparentemente, já não lhe servia os propósitos. O partido, entretanto, mergulhou em conflitos internos que confirmaram a instabilidade que Cotrim certamente antecipava.
Agora, em agosto de 2025, lança-se à corrida presidencial, aproveitando a hesitação inicial de André Ventura em apresentar candidatura. A estratégia parecia clara: captar o voto jovem e os indecisos que gravitam em torno do Chega. Porém, com Ventura na corrida e a liderar as sondagens, Cotrim arrisca-se a ficar numa posição desconfortável. É o padrão do oportunista: avança quando deteta brechas, mas prepara sempre a saída quando o barco ameaça afundar.
Este currículo não inspira confiança. Cotrim de Figueiredo navega por conveniência pessoal, não por convicção. Portugal precisa de líderes firmes, com visão de longo prazo — não de calculistas que abandonam o posto ao primeiro sinal de tormenta.


